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Deficiência de iodo na Europa - um problema de saúde pública escondido


O iodo é essencial para a produção das hormonas da tiróide e, por conseguinte, é envolvido no metabolismo energético. A carência de iodo resulta no hipotiroidismo, condição que pode gerar aumento de peso, fraqueza e aumento da glândula tiroideia (chamada "bócio"). A deficiência de iodo é um problema de saúde pública de risco, particularmente para grávidas, crianças, jovens, já que uma deficiência prolongada durante o desenvolvimento resulta em danos cerebrais irreversíveis e retardo mental.1

 Fontes alimentares
O iodo não existe em muitos alimentos, mas pode ser encontrado em maiores quantidades no marisco, moluscos, algas e produtos lácteos (devido á alimentação rica em iodo feita pelos animais).2
 O teor de iodo nos alimentos difere de acordo com a localização geográfica, devido à variação do conteúdo no solo e na água do mar. A nível internacional o sal iodado é bastante utilizado como fonte alimentar, mas o seu uso varia por toda a Europa. Quando o sal iodado é usado na produção, os alimentos com um teor de sal relativamente alto, tais como pão, enchidos, queijos, snacks e também algumas refeições/pratos preparados, podem contribuir significativamente para o aumento da ingestão de iodo pela dieta.
 Níveis actuais e recomendados de ingestão de iodo
A União Europeia (UE) estabeleceu uma dose diária recomendada para adultos de 150 µg de iodo, com um máximo de 600 µg por dia.2,3
 Em 2007, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que19 países europeus apresentaram uma ingestão de iodo adequada, em relação a apenas dois países em 1993.4 No entanto, dos 40 países europeus analisados, 13 apresentavam deficiência de iodo persistente. Maior atenção deve ser dada a lactentes, crianças e jovens, uma população particularmente susceptível à deficiência de iodo. Em 2004, a OMS estima que 43% das crianças europeias com idades compreendidas entre 6 e 12 anos, tinham uma ingestão de iodo insuficiente e em 2010 um estudo britânico, desenvolvido em meninas em idade escolar, revelou que 51% das crianças avaliadas tinham deficiência de iodo.4,5 Os vegetarianos, pessoas com uma dieta baixa em sal ou pessoas com alergia ao leite ou peixe também são susceptíveis apresentar uma ingestão insuficiente deste mineral.
 Sal iodado
O sal iodado comum tem sido a solução mais rentável e bem-sucedida para prevenir e tratar a deficiência de iodo a nível mundial.4 No entanto, poucos países europeus delegam a utilização de sal iodado, e a própria legislação é muito variada de país para país. Desde 2007, 17 dos 40 países europeus continham programas nacionais que abordavam o sal iodado. O uso de sal iodado pode estar a aumentar, em 2007, 39% das famílias da Europa de Leste e Europa Central consumiam sal iodado, valores superiores em 27% aos registados em 1999.4
 Por outro lado, os consumidores europeus estão a ingerir menos sal, em grande parte devido a iniciativas de saúde pública como forma de prevenção da hipertensão arterial e das doenças cardiovasculares. Na Europa, o consumo de sal diminuiu nos últimos 50 anos para uma média actual de 8-12 g por dia, e as recomendações de saúde pública apontam para as 5-6 g por dia.6 O equilíbrio entre a diminuição da ingestão de sal para prevenção de doenças e o aumento da ingestão de sal iodado levanta dificuldades para os decisores políticos. Além disso, os consumidores estão a ingerir sal, principalmente proveniente alimentos processados, em detrimento do sal de mesa, o que exige que a indústria alimentar coopere com as autoridades responsáveis pela regulação do sal iodado.
 Suplementação e fortificação
O sal iodado é a principal solução para o combate da deficiência de iodo, no entanto existem outras alternativas. Suplementos de iodo têm sido utilizados com sucesso em populações de maior risco, como as grávidas. Na Roménia, o óleo iodado substituiu com sucesso o sal iodado, e na Itália (Sicília) suplementam a água com iodo. Fora da Europa, o iodo é adicionado ao chá na China, e testado em açúcar na Guatemala e no Sudão. Aumentar o teor de iodo na alimentação animal pode indirectamente aumentar o teor de iodo em produtos lácteos, como leite rico em iodo que é agora um dos principais contribuintes da ingestão de iodo pela dieta no norte da Europa e Reino Unido.4
 Olhando para o futuro
Em 2010, o canal EURRECA (EURopean micronutrient RECommendations Aligned), nomeou o iodo como um dos dez micronutrientes com maior necessidade de revisão no que respeita às recomendações nutricionais e desenvolvimento de políticas de coligação.7 Recomendações consistentes e uma monitorização contínua são cruciais para melhorar a ingestão.
A deficiência de iodo continua a ser uma preocupação de saúde pública na Europa, ainda que a aliança entre os governos, indústria e consumidores, combinada com os avanços ocorridos na fortificação de iodo e com as políticas do sal iodado ofereçam a esperança de melhoria deste problema.
Referências
Dunn JT. (2006). Iodine. In M.E. Shils et al. (Eds.), Modern Nutrition in Health and Disease, 10th ed. (pp. 302–311). Philadelphia PA: Lippincott Williams & Wilkins.
Scientific Committee on Food (2002). Opinion of the Scientific Committee on Food on the tolerable upper intake level of iodine.
Commission Directive 2008/100/EC of 28 October 2008 amending Council Directive 90/496/EEC on nutrition labelling for foodstuffs as regards recommended daily allowances, energy conversion factors and definitions. OJ L 285, p. 9–12.
WHO and UNICEF (2007). Iodine deficiency in Europe: a continuing public health problem. Geneva: WHO.
Vanderpump MP et al. (2011). Iodine status of UK school girls: a cross-sectional survey. Lancet 377(9782):2007–2012.
Busch J et al. (2010). Salt reduction and the consumer perspective. New Food 2/10:36–39.
Cavelaars AE et al. (2010). Prioritizing micronutrients for the purpose of reviewing their requirements: a protocol developed by EURRECA. Eur J Clin Nutr 64(2):S19–30.
Fonte:  Eufic 

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