"Entre os anos sessenta e os anos noventa, passámos de um contexto alimentar, onde para grande parte dos portugueses a subsistência representava a própria substância da vida, para uma situação alimentar idêntica à dos países desenvolvidos. Os intensos movimentos migratórios, que se iniciaram em Portugal, nos anos sessenta, tiveram uma influência muito marcada nas práticas alimentares, o que se relaciona com os seus efeitos em termos sócio-espaciais e culturais, ou seja, com as transferências de população em idade activa, do mundo rural para as cidades e para as periferias urbanas. Durante este período os portugueses integraram-se, de certa forma, nas novas lógicas de consumo alimentar, o que os levou a partilhar alguns dos problemas e dos riscos alimentares, que atravessam as sociedades modernas. Neste artigo mostram-se alguns indicadores estatísticos da mudança do consumo alimentar e das consequências em termos de saúde pública. Parece pois não haver dúvidas sobre o facto de que ...